quarta-feira, 2 de março de 2011

35 anos - Parte II - Pai

Eu disse que ía aproveitar estes 35 anos para fazer alguns agradecimentos.
E este não é menos especial que o anterior mas acarreta muito maior responsabilidade.
PAI é uma palavra com muita responsabilidade... e também é responsável pelo o que sou hoje no mundo e perante as pessoas.

A ti, conheço-te desde de sempre... desde o minuto 1 não deste tréguas e estiveste sempre presente. E quando digo sempre, é MESMO SEMPRE... não fossem episódios como levar-nos às audições para os Onda Choc, ir buscar-nos ao concerto dos Guns n' Roses (erámos 7 no carro.... ai jesus se a polícia nos apanhasse!!!) e comprar-me bilhetes a Alvalade no próprio dia do concerto dos Metallica e me deixares ir sozinha enquanto esperavas por mim lá fora... e podia continuar com muitos e muitos exemplos.

De ti acho que herdei a simpatia de conquistar as pessoas, ambos temos muita facilidade em fazer amizades, a capacidade do desenrascanço e procurar sempre uma saída mesmo quando a porta nos parece fechada, a ser ponderada, justa e muito pontual.

Mas também herdei coisas más e só assim de relançe me lembro do prolapso da válvula mitral, do ossinho irritante no peito do pé e da capacidade de stressar com coisas que não vão fazer mudar o mundo!!! :)

Sempre me deixaste ser quem sou, mas sei que sempre estiveste a olhar de muito perto, com mão pronta para me segurar em caso de queda.
De ti gostava de ter mais da tua sensibilidade, sensatez e sabedoria.
Tenho pena que agora te dediques tão pouco à escrita (ainda sonho ler o livro com a história da tua infância de que apenas vi 4 ou 5 páginas redigidas) e que o sonho de expôr esteja um pouco escondido algures que não consigo encontrar.

Neste dia destes meus 35 anos foste mais uma vez incansável. Ajudaste e tudo fizeste para que pudesse ter a festa que preparei com a Ana e tudo correu como planeado.
Muito OBRIGADA por este dia.
Muito OBRIGADA por tudo.

Sempre me disseram que sou a "Menina do Papá".
E então?
Serei a "Menina do Papá" por mais 35 anos se me deixares!

2 comentários:

julio mira disse...

Como diz uma aluna minha:pai é pai!
Há 35 anos ainda não pai, sentado na minha secretária do 1º andar da antiga CIDLA, ali para os lados do Marquês de Pombal, recebia um telefonema da grávida em última hora: "Temos que ir fazer a mala e ir para a maternidade". Saltei da cadeira, a todo o gás, peguei no célebre mini e lá fui buscar a grávida, a mala e o nervosismo dum parto mesmo à beirinha. Da Amadora até Oeiras foi prego a fundo, para não ter que ser eu o parteiro. Por esta hora, jantava eu sozinho no restaurante o carvoeiro, esperando o desenrolar dos acontecimentos. Coisa breve, às oito e pouco já a freira da maternidade aparecia na sala empurrando a maca, com a Lourdes e a dita recém-nascida. Quando olhei para a "pestinha" pensei para com os meus botões: esta "gaja" é mesmo a cara da mãe! Engano meu! 35 anos de igualdades, até no prolapso e no pezinho! Pai é pai para sempre e para tudo, é assim que eu penso é assim que eu ajo. Com stress ou sem stress. Mas eu tenho a compensação de ter filhos como os meus. Parecidos ou não comigo. Uns são filhos outros pais, com defeitos e virtudes. Para sempre!

A. disse...

"Sempre me deixaste ser quem sou..."
Esta é, realmente, uma mais-valia que tu tiveste e soubeste aproveitar a teu favor.
Percebi que lhe dás o devido valor, assim como a todo o legado do teu Pai.
Não conheces o que é não saber o que fazer para agradar, nem o que isso te faz à alma.
Desejo sinceramente que consigas ser sempre tão boa Mãe, para as tuas duas princesas, como o teu Pai foi e é PAI para ti.