quinta-feira, 30 de abril de 2009

A cloud takes all away

A Matilde adora vir para o nosso escritório mexer nos livros. Pega neles, senta-se no sofá e inventa histórias. Os que têm imagens tenta dizer qualquer coisa que faça sentido. Os que não têm... qualquer coisa serve para aquela cabeça onde a imaginação não tem limites.

De manhã, dei de caras com um livro em cima do tapete que me foi oferecido pelo Gustavo na sua estadia em Londres (eu vi, quis tanto e ele ofereceu).
Nesse dia, o Gus tinha feito uma surpresa: alugou um carro para irmos passear pelos arredores de Londres, tendo um enorme desafio pela frente... conduzir pelo lado contrário.

Uma das nossas paragens foi Strattford-upon-Avon, a pequena vila onde nasceu Shakespeare e onde existem imensas coisas para visitar. Entre as várias que vimos, The Shakespeare Houses & Gardens foi uma delas.



E foi na livraria deste local que tropeçei neste pequeno livro cheio de poemas, palavras, diálogos de amor retiradas das obras de Shakespeare.... encontramos de tudo... saudade, raiva, paixão...



Nesta altura, tinha uma série de dúvidas na minha cabeça e no meu coração. A incerteza era a palavra do momento e o sol não brilhava com a intensidade a que a minha vida estava habituada.

Numa das leituras ao pequeno tesouro houve um poema que me chamou a atenção e que, na altura em que o li, fazia todo o sentido.

"O, how this spring of love resembleth
The uncertain glory of an April day,
Which now shows all the beauty of the sun,
And by and by a cloud takes all away."

In "The two gentleman of Verona"

Obrigada Gustavo por nos teres permitido recuperar "the glory of a sunny day"

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