Era eu bebé quando o meu tio Carlos me ofereceu a sua medalhinha do "Anjo da Guarda".
Esta medalhinha acompanhou a minha vida e quando a Matildinha nasceu achei que devia passar o "testemunho" e ofereci-lha.
Está ao lado da sua cama, pendurada com a mesma fita de cetim, para a proteger.
O meu pai, no outro dia, com um pequeno envelope nas mãos, mas com o coração grande e a voz trémula disse... "Toma, é para a Clarinha".
Abri sem saber o que era e tirei uma pequena cruz com uma fita de cetim branca.
"É para pores na cama da Clarinha. Essa cruz deu-me a minha mãe quando fui para a guerra e durante esse tempo nunca a tirei do pescoço. Tem estado até hoje na minha mesa de cabeçeira" disse.
"Obrigada" foi a única coisa que consegui dizer.
Mas este obrigada foi muito mais do que um simples agradecimento.
O gesto foi grandioso e a Clarinha ficará eternamente agradecida.
Ficou linda pendurada no berço...