quinta-feira, 28 de maio de 2009

Porque não sei como agradecer

Era eu bebé quando o meu tio Carlos me ofereceu a sua medalhinha do "Anjo da Guarda".
Esta medalhinha acompanhou a minha vida e quando a Matildinha nasceu achei que devia passar o "testemunho" e ofereci-lha.
Está ao lado da sua cama, pendurada com a mesma fita de cetim, para a proteger.


O meu pai, no outro dia, com um pequeno envelope nas mãos, mas com o coração grande e a voz trémula disse... "Toma, é para a Clarinha".
Abri sem saber o que era e tirei uma pequena cruz com uma fita de cetim branca.

"É para pores na cama da Clarinha. Essa cruz deu-me a minha mãe quando fui para a guerra e durante esse tempo nunca a tirei do pescoço. Tem estado até hoje na minha mesa de cabeçeira" disse.

"Obrigada" foi a única coisa que consegui dizer.
Mas este obrigada foi muito mais do que um simples agradecimento.
O gesto foi grandioso e a Clarinha ficará eternamente agradecida.

Ficou linda pendurada no berço...

2 comentários:

A. disse...

Há, de facto, silêncios que valem mais do que todas as palavras.

julio mira disse...

Gestos, silêncios, palavras, mas sobretudo "memórias" para fortalecer o futuro. Que as nossas princesas as tenham.